Haddad se despede do Ministério
da Educação em clima de campanha
Ele tentou amenizar crise do Enem e reagiu ao ser questionado sobre falta de experiência, em Brasilia
Roberto Stuckert Filho/PREm sua despedida, Haddad ganhou apoio de Dilma, que defendeu o Enem
O evento que marcou a despedida de Fernando Haddad do Ministério da Educação, nesta segunda-feira (23 em Brasília, teve tom de campanha a favor do petista, que está deixando o governo para disputar a Prefeitura de São Paulo em outubro.
Além de depoimentos inflamados de alunos que se beneficiaram pelo ProUni (Programa Universidade Para Todos), Haddad recebeu ainda o apoio da presidente Dilma Rousseff e de lideranças partidárias.
Embora fosse uma cerimônia de comemoração pela marca de 1 milhão de bolsas de estudo concedidas desde 2005 pelo ProUni, a plateia, recheada de lideranças, indicava o tom político do evento. À frente, ao lado de Dilma e Haddad, estavam a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, e o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP).
Na primeira fila da plateia, quase todos os integrantes do primeiro escalão do governo Dilma acompanharam o evento antes da primeira reunião ministerial do ano, marcada para o fim da tarde de hoje.
Mesmo com o Congresso ainda em férias, lideranças parlamentares do Senado e da Câmara, como o líder do PT, Paulo Teixeira (SP), e o senador Eduardo Suplicy (PT-SP)- que também pleiteava a candidatura a prefeito de São Paulo - também aplaudiam as palavras do ministro e da presidente.
Em seu discurso, Dilma defendeu o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), citando-o como "a forma mais democrática de acesso ao ensino superior do país". Ela também desejou sorte a Haddad.
O ministro, por sua vez, esforçou-se para amenizar a crise decorrente dos problemas com o Enem e garantiu que ele será usado em sua campanha pela prefeitura paulistana.
- O Enem vai ser uma grande bandeira que vamos levantar sobre a democratização do acesso à educação. Minha equipe fez um trabalho importante, deixou um legado importante, revertemos o ciclo perverso de queda de qualidade na educação do país.
O ministro evitou falar em eleições, mas reagiu quando sua falta de experiência nas urnas foi destacada por jornalistas.
- Devemos enaltecer as pessoas que querem disputar um cargo tão importante e não procurar diminuir. Eu penso que todo mundo vai defender a sua biografia legitimamente, mas mais do que é isso é dizer o que vai fazer pela cidade. O que a cidade quer saber é quais são as propostas de cada candidato, de cada chapa e se essa pessoa tem serviços prestados ao país na escala que São Paulo exige.
Após a cerimônia, a equipe ministerial reuniu-se com Dilma para tratar dos temas importantes do governo para 2012, como Orçamento. Desde a última quinta-feira, a presidente encontra-se separadamente com representantes de vários setores de seu governo para fazer um balanço do ano passado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário