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domingo, 5 de fevereiro de 2012

Paul McCartney vai só cantar no seu novo cd

Paul McCartney atua apenas como vocalista em seu novo disco

RIO - Como se sabe desde 1966, Paul (McCartney) não morreu. Diferentemente dos rumores da época (que hoje, em tempos digitais, seriam chamados de memes), o mais pop dos Beatles continua bem vivo, saudável e ativo, aos 69 anos. Prova disso é "Kisses on the bottom", seu 15 disco solo e o primeiro no qual ele abandona todos os instrumentos e atua apenas como vocalista. Ou melhor, crooner, já que as 14 canções do álbum - previsto para ser lançado na próxima terça-feira, mas já disponível na internet - são standards da música americana que Paul ouvia quando era apenas um jovem canhoto de Liverpool, muitas vezes através da interpretação de seu pai, James McCartney, ao piano.
Fred Astaire como inspiração
O imenso buquê de flores que Paul carrega na capa - seria para sua nova amada, a empresária Nancy Shevell? - antecipa o tom romântico e intimista do disco, produzido pelo veterano Tommy LiPuma, que já trabalhou com Miles Davis, Natalie Cole, Al Jarreau, Barbra Streisand e Diana Krall, entre outros. Ou seja, apesar de ser um disco que Paul sonhava ter gravado com os Beatles, "Kisses on the bottom", é um trabalho mais próximo do jazz do que do rock, mais "cheek to cheek" do que "yeah, yeah, yeah".
A própria Diana Krall faz um delicado solo de piano na faixa que abre o disco, a suave "I'm gonna sit right down and write myself a letter", um clássico gravado por Fats Waller em 1935 (e depois por Frank Sinatra e Nat King Cole, entre outros). As outras 13 faixas (que incluem duas inéditas assinadas por Paul) não trazem grandes rupturas desse padrão.
Dizendo-se inspirado por Fred Astaire e embalado pelos arranjos de cordas de Johnny Mandel, Paul passeia com elegância e leveza por temas como "Bye bye blackbird" (curiosamente, regravada por Ringo Starr no seu primeiro disco solo, "Sentimental journey", de 1970), "The glory of love" e "It's only a paper moon".
Nas duas inéditas do disco, ele conta com uma pequena ajuda dos amigos Eric Clapton (solo de violão em "My valentine") e Stevie Wonder (solo de gaita em "Only our hearts", repetindo uma parceria suspensa desde "Ebony and ivory", de 1982).
Diferentemente de estrelas cadentes como Rod Stewart, que têm feito de repertório semelhante a tábua de salvação de suas estremecidas carreiras, o ex-Beatle é seguro o suficiente para abraçar essas músicas com despretensão. Como lembrou Jamie Cullum em sua resenha especial de "Kisses on the bottom" para o jornal "The Guardian", ele parece tão à vontade no novo disco quanto nos seus dois primeiros trabalhos solo, quando se libertou da pressão de ser um beatle. E é isso que torna as repetidas audições de "Kisses on the bottom" um prazer irresistível. Afinal, Paul está vivo e parece estar tocando no piano-bar mais próximo. Um brinde a isso, sir.

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