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quarta-feira, 9 de maio de 2012

EUROPE NA ESTRADA DE NOVO!

Mais de duas décadas depois de 'The final countdown', Europe segue na estrada

RIO - "Jovem, se você completou 18 anos..." O velho anúncio do alistamento militar vinha acompanhado do indefectível toque dos clarins (na verdade, um teclado de qualidade técnica duvidosa): "Parará-pa/ Parapapapá/ Parapá-pa/ Parapapapapapá..." A frase musical é familiar para os ouvidos da maior parte da população do planeta (no caso, a Terra), acompanhado imagens diversas, em toques de celulares ou tocada por uma banda de hard rock sueca com roupas extravagantes e cabelos duros de laquê e tintura de má qualidade.
- Sabíamos que era uma música especial, mas não era possível prever que ela ficaria onipresente na memória das pessoas por tantos anos - diz o autor do clássico "The final countdown", o cantor Joey Tempest, da banda de hard rock sueca em questão, o Europe. - É curioso porque não era uma música feita para o rádio, ela tem mais de seis minutos de duração!
Hoje com 48 anos, Joey (cujo nome de batismo é Rolf Magnus Joakim Larsson) segue à frente do Europe - a banda ficou separada por alguns anos na década de 1990, mas se reuniu para a passagem do milênio, ao som de "The final countdown", é claro. E agora lança um novo disco, "Bag of bones", lançado no Brasil pela gravadora Hellion, em que deixa um pouco de lado aquela sonoridade característica dos anos 1980. Em uma música, Tempest até reclama do preconceito sofrido por ser um nórdico no mundo do rock: "Not supposed to sing the blues", uma das melhores.
- Estou fora da Suécia há muito anos, morando em Londres - conta ele. - E o guitarrista do Europe, John Norum, viveu em Los Angeles por 15 anos e voltou recentemente a Estocolmo. Então, acho que somos mais uma banda internacional do que necessariamente sueca. Acho que sofremos mais preconceitos dentro do nosso próprio país.
Como assim? O país que deu ao mundo o Abba, o Roxette, o Ace of Base, a Swedish House Mafia e o trio Peter, Bjorn and John não se orgulha do Europe?
- Temos muitos meses de escuridão por ano, reina uma certa melancolia - conta ele, sem perder o bom humor. - Um som mais alto-astral já não é muito bem visto. E as bandas que cantam em inglês ainda são malvistas porque tentam o mercado internacional. Mas nós, hoje, podemos nos considerar sortudos: depois de muito trabalho, fomos abraçados pelo povo sueco, e nossas turnês por lá (recentemente, eles excursionaram com a Takida, uma das bandas mais populares do país, o que ajudou na boa recepção) são sempre maravilhosas.
De fato, o Europe de "Bag of bones" poderia tranquilamente ser uma banda americana - não fosse um restinho de sotaque na voz de Tempest. Tudo bem diferente do garoto de faculdade que pegou um teclado emprestado ("sempre toquei violão e guitarra", lembra ele) de um amigo e se saiu com aquela melodia claramente europeia, algo marcial.
- Eu devia ter uns 17 anos, estava muito interessado em teclados - conta ele. - Compus a introdução de "The final countdown" e fiquei com ela por alguns anos, até gravarmos o disco, em 1986 ("The final countdown" foi o terceiro álbum do Europe, mas o primeiro com distribuição internacional).
A ideia da contagem regressiva definitiva, de um povo prestes a deixar a Terra, ele deve a David Bowie.
- Eu tinha mania de "Space oddity", adorava a ideia de flutuar no espaço que ele transmite naquela canção - diz o cantor, que não tem ideia de quantas regravações tem sua música. - Acredito que algumas centenas, não?
Por aí, Joey. Segundo o site Allmusic, são 522 incidências, de artistas como a London Symphony Orchestra - a introdução soa espetacular com sopros -, a banda de violoncelos Melo-M, da Letônia (que também já a gravou com orquestra), os veteranos engraçadinhos ingleses Toy Dolls e o grupo americano de death metal Immolation. Sua inclusão em coletâneas de rock, música eletrônica e remixes é incalculável, para não falar no festival de mashups no YouTube, que sobrepõe "The final countdown" a músicas que vão de "Smells like teen spirit", do Nirvana, a "Power", do Snap! (aquela do grito "I've got the power!").
- Confesso que sempre achei aquilo cafona, uma espécie de reedição da "Fanfarre for the common man", do (compositor clássico) Aaron Copland, sucesso do Emerson, Lake & Palmer - diz Maurício Barros, tecladista do Barão Vermelho. - Mas, se ficou aí por tanto tempo, é porque tem seus méritos, talvez um lance épico.
Bruno Fortunato, guitarrista do Kid Abelha, concorda parcialmente com Maurício.
- Acho um pouco brega, mas isso não quer dizer que seja ruim - confessa Bruno. - Adoro milhares de coisas bregas do rock-farofa dos anos 1980. O riff me lembra "Viagem ao centro da Terra", do (tecladista inglês de rock progressivo) Rick Wakeman, e isso não pode ser mau.

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